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sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Mortes Coletivas e o Espiritismo

Mortes Coletivas e o Espiritismo

Enviado em 1 de setembro de 2016 | No programa: Os Mensageiros no Ar | Escrito por Luis Armando | Publicado por Vanessa Cavalcanti

Passava das 19 horas daquela quarta feira, 24 de agosto de 1960, quando dois ônibus em comboio partiram de São José do Rio Preto na direção de Barretos, ambas no interior de São Paulo, onde na manhã seguinte a fanfarra de uma das escolas da cidade se exibiria nas comemorações do aniversário daquela que hoje é internacionalmente conhecida pela Festa do Peão Boiadeiro.
Pés de pessoas sentadas em um ônibus
A viagem de pouco mais de 90 quilômetros foi interrompida por um acidente envolvendo um dos coletivos que por problemas mecânicos segundo os laudos periciais atestariam, se precipitou nas águas do Rio Turvo determinando a morte de 58 jovens. O fato teve repercussão nacional, impondo a pais e amigos revolta, perplexidade, dor. Entre os ocupantes do veículo um jovem de 17 anos, William José Gagliardi pertencia a uma família seguidora do Espiritismo, e macerada pela dor foram à cidade de Uberaba a fim de buscar algum conforto e apoio moral através de Chico Xavier que ali passara a residir desde meses antes.
Para sua surpresa, o amado filho escreveu-lhes uma carta através do médium dando mais detalhes da ocorrência do ponto de vista de quem vivenciou o triste episódio. Em meio às confortadoras e esclarecedoras palavras, uma informação chama atenção: – O que passou foi a Lei a cumprir-se. Mas, podem indagar os que leem: que lei é esta? A resposta encontra-se disponível desde meados do século 19 quando Jesus como o Espírito da Verdade à frente de uma Equipe de personalidades que construíram a história da Humanidade com suas passagens por nossa Dimensão no campo da Ciência (Franklin, Swedenborg, Hanneman), Filosofia (Sócrates, Platão, Fénelon); da Religião (Santo Agostinho, São João Evangelista, São Vicente de Paulo, São Luiz); apresentou através d’ O Livro dos Espíritos a versão atualizada de sua mensagem.
Nele está implícita a Lei de Causa e Efeito que controla a evolução espiritual das criaturas humanas através da experiência da reencarnação. Seus princípios seriam melhor explicados no Código Penal da Vida Futura, noutra obra O CÉU E O INFERNO ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo de 1865. O que poderíamos associar dessa Lei com o fato citado no início desses comentários.
Primeiro que de “fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante de morte. Chegando esse momentos, de uma forma ou de outra, a ele não se consegue fugir”. (LE, 853) Segundo: Não morreremos se a nossa hora de morrer não tiver chegado – exceção do suicídio, é claro – estando previsto até o gênero de morte que nos afastará desse Plano de Vida, por ter sido escolha nossa antes de existência ter se iniciado, sendo inúteis nossas tentativas de fugir ao acertado.(LE,853ª)  No século 20, através do médium Chico Xavier surgiram outras informações importantes.
Em carta escrita pelo Espírito José Roberto Stuqui em agosto de 1981, revela que “milhões de pessoas estão passando pela desencarnação no tempo áureo da existência, porque nos achamos numa fase de muitas mudanças na Terra. E aqueles Espíritos retardatários em caminho, quando induzidos a considerar a extensão das próprias dívidas, aceitam a prova da desencarnação mais cedo do que o tempo razoável para a partida, e são atendidos com a separação de pais e afetos outros no período em que mais desejariam continuar vivendo, em razão do tempo que perderam com frivolidades nas vidas que usufruíram”.
Noutra carta do ano de 1984 é dito que os “acontecimentos imprevisíveis na Terra estão marcados para acontecer no Plano Espiritual”.
Sobre a dor dos pais e familiares atingidos pelas separações não imaginadas, no livro Ação e Reação (1957, feb), um Instrutor explica a André Luiz que os pais de hoje ou foram voluntários no sentido de auxiliar um Espírito querido a se reerguer perante as Leis de Deus ou foram cúmplices do mesmo no evento que o levou à queda em vida passada.
Mas resta uma pergunta: todos que morrem nos grandes infortúnios coletivos deveriam morrer? O esclarecimento está na resposta 738 d’ O Livro dos Espíritos: – Se considerássemos a vida no que ela é, e quanto é insignificante em relação ao infinito, menos importância lhe daríamos. Essas (improváveis) vítimas terão noutra existência uma larga compensação para os seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem lamentar.

Foto ilustrativa: pexels.com

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